Após tanto
tempo, finalmente abro-me para novas conversas com você, velho amigo, mesmo
que, ainda timidamente, poucas palavras se esvaiam. Acredito que elas,
parcamente pronunciadas, são a melhor expressão do silêncio nosso de cada dia. Para
celebrarmos, proponho a leitura da "Antiodisseia". Diz o poeta:
o verso vazio
homérico
cadavérico
Ulisses retorna a Ítaca
com trajes de um bufão
Peço, de
imediato, desculpas pela tagarelice de outrora e convido-lhe para o calar-se
de hoje. Ofereço-te do pão. Ofereço-te do vinho. Comungue agora, junto a mim,
nessa meditação insana em que ambos buscamos o nada.