quinta-feira, 29 de novembro de 2012

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Após tanto tempo, finalmente abro-me para novas conversas com você, velho amigo, mesmo que, ainda timidamente, poucas palavras se esvaiam. Acredito que elas, parcamente pronunciadas, são a melhor expressão do silêncio nosso de cada dia. Para celebrarmos, proponho a leitura da "Antiodisseia". Diz o poeta:

o verso vazio
homérico
cadavérico
Ulisses retorna a Ítaca
com trajes de um bufão

Peço, de imediato, desculpas pela tagarelice de outrora e convido-lhe para o calar-se de hoje. Ofereço-te do pão. Ofereço-te do vinho. Comungue agora, junto a mim, nessa meditação insana em que ambos buscamos o nada.