quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Conhaque

Felizes para sempre. É assim que deveriam terminar as histórias de amor, não é mesmo, Jaílson? Mas e aquele casal ali na outra mesa. Parecem felizes para você, amigo? Veja seus olhos, é como se carregassem neles todo o peso de uma morte a dois. Aos poucos esses enamorados se aleijam, pois tiram um do outro o que cada um tem de melhor pra si. Concentram suas forças para o bem individual alheio e, assim, bem devagar eles se cegam... cegam-se... e como consequência dessa bobagem se matam e matam-se. Feliz você, meu caro, que se esconde nos bares e mentes, Jaílson. Ainda não reconhece a carnificina cega do amor. É, bem que Drummond dizia que conhaque põe a gente comovida como o diabo.

2 comentários:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Bruna Venâncio disse...

Jaílson sabe que quando disseram, na Bíblia, que roubar era pecado, não falavam de bens materiais. As pessoas se roubam a todo momento. Roubam o tempo uma das outras. Roubam as lágrimas. Roubam os sentimentos mais puros e importantes. Jaílson, meu caro, deu-se conta disso e não quis mais roubar você.