domingo, 5 de setembro de 2010

Uma batida na porta.
São três horas da manhã. Meu relógio biológico insiste pela dormência. Mas o cigarro está aceso e se eu caísse no sono agora, haveria o risco de enfiar esta merda em chamas que de tão altas consumiriam o pouco de memória que ainda me resta.

Uma batida na porta.
Não sinto as pontas dos meus dedos. Porventura trata-se de uma embriaguez? O copo ainda está pela metade. Não é oportuno deixá-lo na geladeira para apenas amanhã tomar o que sobrou.

Uma batida na porta.
Você retorna. Como de um fantasma que já se pensava haver sido exorcizado, seus olhos outra vez passam a me seguir neste quarto. A solidão já não é tão inerente.

Uma batida na porta.
Saúdo a sua presença novamente manifesta com um trago e um longo gole.

Sente-se, Jaílson. Ainda temos muito o que conversar.

0 comentários: