terça-feira, 9 de março de 2010

Pela embriaguez

Sinto algo por aquele homem sentado
Não fala
Não anda
Não dorme
Mira, da janela de seu quarto, um espaço em branco
Que preenche sua alma cujo oco do próprio corpo percebe o vazio
Parece respirar pelos olhos
O corpo não mexe
O peito não arfa
Mas apenas seus olhos
Se mexem em direção qualquer
Como se escrevessem com movimentos rápidos da órbita ocular uma poesia
Sem rimas e de métrica errante
Sinto algo por aquele homem
Uma inveja por sua condição
Pela sua maneira de ver
Intocada por qualquer senso de real que impossibilitasse de enxergar

1 comentários:

Unknown disse...

Oh My God! Marquinhos (como diria um amigo nosso), amei essa ideia de blog literário. Primeiro a Ju, depoiS você (ou vice-versa).
Coloquei nos favoritos pra passar sempre por aqui.
Divulgue mais. #ficaadica